Domingo é o dia das mães. De
todas as mães. Mas, principalmente, das “mães más”.
Explico: as “mães más” são
aquelas que encontraram o ponto de equilíbrio entre as “mães-amiguinhas” e as “mães
cruéis”. As primeiras, pela tendência que possuem de querer ser ‘as grandes
amigas’ dos filhos, deveriam aguardar para ser homenageadas no dia do amigo, em
julho. Já as últimas, que fazem da maternidade uma forma de descarregar seus
impulsos agressivos e sádicos, poderiam aproveitar para refletir sobre sua
maneira de expressar amor. Afinal, todas as mães sabem que a maternidade
envolve conjugar o verbo amar.
As “mães más” estão por toda a
parte. Elas são más aos olhos dos filhos que, como espíritos livres, querem sair
pelo mundo fazendo o que bem entendem desde a mais tenra idade. Filhos que
nascem sem saber que o outro co-existe no mesmo espaço que ele e merece o mesmo
respeito e atenção. “Mães más” colocam limites, fazem as regras serem
respeitadas, fazem questão de relações justas em casa e fora dela, fazem da sua
vida exemplo a ser seguido. Elas educam para a vida.
As “mães más” buscam, por meio da
maternidade, contribuir para um mundo melhor onde palavras como respeito,
honestidade, polidez, generosidade, são muito mais do que belas palavras de um
dicionário. Elas ensinam seus filhos a colocar em prática esses valores, não
para benefício só deles, mas para o bem de todos. Em poucas palavras, elas
ensinam seus filhos a ser éticos: a saber que os outros existem não para
satisfazer as nossas necessidades, mas para ser parceiros na jornada da vida.
Essas mães tem a incrível capacidade de saber que o filho da outra mãe é,
também ele, um filho – e o respeitam como um ser tão precioso quanto o filho
que ela gerou.
As “mães- amiguinhas” tem olhos
só para os seus. Enchem de amor e carinho a sua prole, cuidam com esmero dos
seus pequenos e, ao menor sinal de desgosto dos filhos, movem mundos e fundos
para satisfazê-los. Não querem que seus
filhos sofram e, com isso, criam pequenos tiranos. Consideram importante serem
as melhores amigas dos seus filhos e acabam deixando de servir de referência
moral e afetiva. Tornam-se ‘iguais’. Porém, não aprendemos com os iguais,
aprendemos com quem sabe mais do que nós.
Já as “mães cruéis” estão distantes
dos seus filhos. Uma distância emocional que faz com que elas abandonem aqueles
que precisam dos seus cuidados, maltratem aqueles que precisam de sua proteção,
desqualifiquem os que buscam sua orientação moral.
Ser mãe é um grande desafio:
estamos sempre buscando encontrar o ponto de equilíbrio entre os extremos da “mãe-amiguinha”
e da “mãe cruel”. As “mães más” sabem que esse equilíbrio é sutil, mas vale a
pena. Vale a pena dizer ‘não’ para proteger um filho, vale a pena ensiná-lo a
lidar com as frustrações, vale a pena servir de exemplo. Que nesse dia das mães
possamos parabenizar essas mulheres que, no trabalho diário de conjugar o verbo
amar, sabem que precisam ser más para ajudar seus filhos a serem cidadãos de
bem.
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