segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013: Círculo ou Espiral?


       31 de dezembro chegou. Mais um ano termina e, com ele, fechamos um ciclo. Hora de fazer um balanço de tudo o que fizemos e vivemos para, então, podermos seguir em frente e receber o ano novo de braços abertos.
       Porém, um detalhe é fundamental nesse momento de análise do ano que termina: a nossa atitude pode fazer com que o ano novo seja um círculo ou uma espiral.
       Círculos começam e terminam em um mesmo ponto. Completam o circuito, mas ficam fechados em si mesmos. Repetem-se infinitamente, sempre seguindo o mesmo padrão.
       Espirais mudam de perspectiva na hora de completar o ciclo e abrem-se para novas possibilidades. São crescentes, voltadas para o alto, sempre buscando o aperfeiçoamento.
       2012 chega ao fim. E você: fará de 2013 um círculo ou uma espiral?


Que 2013 chegue até você abençoado. E que cada um de nós possa fazer dele uma linda espiral de Luz e Prosperidade. FELIZ ANO NOVO!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Um tributo à vida



“Se o tempo não é tempo de colher
bem pode ser tempo de semear -
uma é a alegria de ver nascer
mas igualmente belo é o prazer de engravidar.”


Gravidez – mágica transformação da mulher em mãe. Momento em que todas nós temos a chance de render um tributo à vida.
        Período em que ficamos pensando no valor da vida enquanto ela mesma se processa em nosso ventre. E vemos a esperança crescer junto com a barriga: esperança num mundo melhor, mais justo, fraterno e onde a felicidade encontre um lugar seguro para florescer. Afinal, sabemos que é nossa hora de semear.
        A vida que tanto nos dá merece, em retribuição, que coloquemos no mundo pessoas que farão deste um lugar melhor de se viver. E, assim, rendemos um tributo à vida.
Que todas nós – mulheres transformadas em mães – possamos abraçar nossos filhos com a certeza de que eles são nosso legado à humanidade: as sementes de um mundo melhor.

Escrevi esse texto em 19/05/2001. Publico aqui em homenagem à minha prima Ana Luiza e ao Pedro que estão grávidos. É o momento deles renderem um tributo à vida. 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal


Sonhei....
Nesse sonho eu via o planeta Terra, bola azul dançando ao redor do Sol, envolvida em Luz e energia do Astro Rei.
Mas, nosso pequeno e querido planeta não estava muito bem. Estava sem brilho e sem energia, como filho quando fica doente.
De repente o planeta foi envolvido por um lindo manto, todo feito com diferentes tipos de tecido, das mais diversas cores e texturas. Era um manto de proteção e cuidado que aconchegou o planeta e fez com que ele se recuperasse.
De que era feito aquele manto bendito? Das mais belas qualidades individuais.
O planeta passa por um momento delicado em sua existência, mas há pessoas que podem ajudar! Elas carregam em si uma energia especial, que aparece em forma de virtude ou qualidade. Cada uma tem a sua, como os tecidos daquele manto. Juntas, formam uma bela parceria. Parceria em prol da Vida.

Você poderá pensar: - Mas eu sou apenas um retalho... um pequeno tecido com algumas qualidades... como eu posso ajudar?
E Ele lhe dirá: - Era apenas uma pequena manjedoura... mas era tudo o que eu precisava naquela noite Santa!

Sim, você é importante! Independente do seu tamanho ou da proporção do que você faz. VOCÊ é importante! As suas qualidades são únicas e especiais. Elas fazem a diferença no mundo e na vida das pessoas que convivem com você.
Coloque essas virtudes em prática. Vamos, juntos, criar um belo manto protetor!

                                                           Adriana Müller – Dez/2012

O Natal se aproxima e, logo em seguida, fechamos o ciclo de 2012.
Tempo de reflexão e de compartilhar nossas mais belas vibrações.
Essa é uma mensagem que escrevi para esse tempo.
Que ela possa falar ao coração de cada um e reforçar as virtudes e qualidades individuais.
Sim, cada um é importante, porque único.
E, em nossa unicidade, podemos fazer a diferença no mundo.

Felicidades!

                                                                      


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quando os pais dão a luz


     O momento do nascimento é também chamado de 'dar a luz'. Veja que interessante: dizemos que a mãe 'deu a luz'. O foco do nascimento não está na criança, mas sim na mãe. Porque o nascimento é um processo que envolve criança e mãe. É a criança que nasce, mas a mãe lhe dá a luz.
     Esse fato tão corriqueiro evoca uma bela metáfora: pai e mãe são como chamas acesas. Quando a chama de uma vela está apagada, você aproxima uma vela acesa e a chama reaviva. E, de forma muito especial, a chama da vela não se apaga nem diminui. Ela acende a outra vela sem perder o seu brilho. Ela dá a luz – assim como as mães, assim como os pais.
   Pais e mães dão a luz quando pegam aquilo que eles tem de mais precioso e compartilham com seus filhos. Quando repartem com seus filhos histórias vividas, momentos especiais, valores que direcionam a vida, sentimentos que nutrem o espírito, elogios que impulsionam a seguir em frente. Pais e mães dão a luz quando repartem com seus filhos aquilo que lhes é mais precioso: o sentido da vida.
     Mas, assim como as velas, é necessário estar bem próximo para poder compartilhar a luz – e é preciso ter a intenção de dividir. Velas que simplesmente ficam lado a lado não compartilham sua chama. Apenas brilham juntas e iluminam mais. Para compartilhar a chama é necessário proximidade e intenção.
     Assim também é com os pais e as mães. Não adianta simplesmente estar junto dos filhos todos os dias. Isso faz com que as chamas individuais brilhem juntas, mas, para compartilhar as chamas, é necessário que os pais estejam próximos e queiram transmitir aquilo que é importante e bom.
     E, finalmente, se as velas ficam muito juntas elas podem se queimar e, ao invés de compartilhar a chama, elas derretem a base uma da outra. Assim também é com os filhos. Devemos compartilhar nossa chama com eles, mas permitir que eles tenham a sua própria individualidade, que sejam eles mesmos. Caso contrário, estaremos derretendo sua base e eles poderão cair a qualquer momento.
     Tenho ouvido relatos de filhos e filhas que são gratos aos seus pais por manterem acesa neles a chama. Quando eles ficam tristes e desanimados, quando ficam doentes, quando se envolvem em situações complicadas, quando sentem-se perdidos e sem referências sobre o que fazer e para onde ir... Nessas horas os pais aparecem para ‘dar a luz’, para compartilhar a chama deles e fazer reviver a chama dos seus filhos.
     Esse é o maior presente que podemos dar aos nossos filhos: dar a luz. E essa é uma tarefa que requer atenção aos comportamentos, proximidade para perceber os sinais e a intenção de compartilhar o que temos de melhor com aqueles que, depois de nós, continuarão mantendo viva a chama. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sugestão de curso

Segue abaixo uma sugestão de curso em prática narrativa.
Não podemos impedir que a doença crônica chegue, mas podemos aprender como lidar com ela, como utilizar nossos recursos internos e nossas redes de apoio para conseguir conviver com essa visita inesperada. É sobre isso que Ana Luiza Novis e Lúcia Helena Abdalla irão conversar.
Venha construir narrativas que façam a diferença!


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Não canse quem te quer bem - Martha Medeiros


Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: Não canse quem te quer bem. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.

Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos causos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.

Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.

Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim. Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela posar para 297 fotos no fim de semana em Gramado. Todo mundo já sabe como é Gramado. Tirem duas, como lembrança, e aproveitem o resto do tempo.

Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.

Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas. Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse cabelo, guri?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.

Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Como Mães Funcionam – Guia Prático Parte II




Segue, a segunda parte do Guia Prático de Funcionamento das Mães. Para filhos e filhas de todas as idades.
                                                 Adriana - Maio 2012

5º. Sistema de Expansão do Coração
       As Mães, em sua grande maioria, possuem um sistema que aumenta a área interna de seu coração. Esta é a explicação para o ditado popular que diz que “em coração de Mãe sempre cabe mais um”.
    Esse sistema de expansão é o que possibilita às Mães terem aquele ombro amigo, um colo aconchegante, um abraço gostoso, um beijo carinhoso  e sempre uma mão estendida para nos ajudar.
       Algumas vezes acontece um probleminha com esse sistema de expansão e a Mãe pode se tornar ‘doce demais’, causando hiperglicemia nos filhos, ou, então, ela pode se tornar ‘amarga demais’, causando azia na família. Ainda não se sabe as razões desse problema, mas ele pode estar associado a um ciclo mensal denominado TPM e, também, pode ser resultado de diversas causas externas.
       Formas de lidar com o Sistema de Expansão do Coração: A melhor forma de lidar com esse sistema é ter paciência com a Mãe quando o probleminha aparecer – existe um mecanismo interno das Mães que corrige o desvio e faz com que o sistema volte a funcionar como de costume.

6º. Problema no Sistema de Visão
       Mães possuem um problema de visão ainda não detectado pelos oftalmologistas: elas não enxergam que seus filhos cresceram. Mães não percebem que seus filhos estão maiores do que elas em tamanho, que seus filhos já passaram no vestibular, já dirigem seus carros, já ganham seu salário, já cuidam de sua família, já trazem os netos para visitá-las, já se preocupam com os cabelos brancos... Isso tudo é absolutamente invisível aos olhos das Mães.
       O resultado direto desse problema de visão é que as Mães continuam tratando seus filhos como se tivessem cinco anos de idade (na melhor das hipóteses!).
       Formas de lidar com esse problema de visão: Nem tentem comprar óculos especiais para elas. A melhor forma de lidar com esse defeito ocular é saber que ele existe e perceber, nas atitudes de sua Mãe, uma forma de ela colocar em ação o Sistema de Expansão do Coração, como explicado anteriormente. Como diziam os nossos avós: o que não tem remédio, remediado está.

7º. Sistema Automático de Aconselhamento
      Mães costumam dar conselhos demais, sobre todas as coisas, desde as mais simples como a cor da sua meia, até as mais complexas como a escolha de suas companhias. Esse sistema automático de aconselhamento está vinculado a todos os demais sistemas aqui apresentados. Ele se assemelha à força motriz que ativa os modelos Mães. Sem esse sistema automático, não temos certeza se estamos lidando com um legítimo modelo Mãe ou com uma cópia pirateada. Por isso, considere o sistema automático de aconselhamento como um certificado de garantia: você possui uma legítima Mãe.

8º.  Sistema de Audição Seletiva
       Todas as Mães possuem um sistema de audição seletiva que é ativada durante o parto.
       Logo que o filho nasce (e esse ciclo se repete a cada parto), as Mães passam a ter ouvidos só para seus filhos. Não ouvem mais o marido, nem as amigas, nem os parentes mais próximos. No silêncio da noite, não ouvem os carros trafegando nem as sirenes das ambulâncias, mas escutam quando seu filho se mexe na cama ou se levanta para beber água.
       Formas de lidar com a Audição Seletiva: Esse é um sistema que só pode ser desativado pelo pai – quando ele passa a agir dessa mesma forma. As Mães consideram isso um ato de solidariedade e de companheirismo e, assim, o sistema para de funcionar. Caso contrário, as Mães manterão esse sistema funcionando até que ele seja automaticamente desativado. A forma pela qual esse sistema automático de desligamento acontece ainda é desconhecida.

9º Termostato desajustado
       Mães possuem um desajuste em seu termostato interno o que faz com que elas sintam frio antes de todas as outras pessoas. Algumas vezes, esse desajuste faz com que elas sintam mais calor do que o resto da humanidade, mas esses casos são mais raros. Esse mau funcionamento faz com que a Mãe obrigue os filhos – e, por vezes, todas as outras pessoas da família – a colocar casacos simplesmente porque ela está com frio.
       Formas de lidar com o desajuste do termostato: Por algum motivo desconhecido, quando o filho se recusa a sair com o casaco, a temperatura cai e ele sente frio. Por isso, quando sua Mãe disser para você levar um casaco, é sempre mais prudente fazer o que ela pede. Ao menos vai lhe poupar de ouvir aquela frase fatídica: eu te avisei!

10º Defeito de fabricação
       Mães possuem um pequeno defeito de fabricação típico dos membros femininos da espécie o seu sistema hidráulico tem uma pequena falha e costuma apresentar vazamentos nos olhos nas mais diversas ocasiões. Ainda não está bem definido se esse defeito é ativado por motivos de tristeza ou de alegria, mas certamente surgem como resultado de fortes emoções.
       Formas de reverter esse defeito: Ainda não foram encontradas formas de solucionar esse problema. Porém, ele é tão recorrente que a melhor solução é aprender a lidar com ele.

Como Mães Funcionam – Guia Prático Parte I



         Escrevi esse texto para ajudar filhos e filhas a entender suas Mães. Espero que seja útil! 
                                                                        Adriana - Maio 2012.

       Mães são espécimes complexos do reino humano, mas alguns detalhes de seu funcionamento básico podem ser úteis para filhos e filhas de todas as idades.

1º. Sistema da Intuição
       Mães possuem um sistema interno que é imediatamente ativado quando o filho nasce. Esse sistema é denominado de ‘Intuição’. Ele está presente em todos os membros femininos do reino humano, mas nas Mães ele funciona em sua ativação plena. Dessa forma elas conseguem antecipar eventos, ler pensamentos, descobrir segredos, entre outras habilidades.
       Formas de lidar com o Sistema da Intuição: primeiramente, entender que ele existe e não pode ser desativado. Portanto, a melhor estratégia é contar a verdade. Até porque esse sistema é autoprogramado para aumentar sua potência nos casos em que o filho conta alguma mentira. Para as Mães é importantíssimo que o sistema da Intuição funcione 100% e elas farão de tudo para alcançar esse objetivo.

2º. Complemento do Sistema da Intuição: Chip de Proteção
       Mães querem sempre proteger seus filhos de todos os problemas e dificuldades que eles possam passar. Como as possibilidades de risco na vida são ilimitadas, essa atitude de proteção, nas Mães, também se manifesta de forma ilimitada. Conjugada com o sistema de ‘Intuição’, a necessidade de proteção pode ser elevada a potências inimagináveis.
       Formas de lidar com o complemento Proteção: Como esse é um sistema complementar, as orientações são as mesmas daquelas mencionadas no Sistema Intuição.

3º. Sistema de Alarme Interno com Imagens Projetivas Holográficas de Última Geração
       Mães possuem um sistema de alarme interno que funciona segundo padrões bem definidos. Assim que o filho ou a filha sai de casa sem a presença dos pais (seja para ir à casa de amigos, para um passeio na praia ou para uma balada à noite) o relógio acoplado ao sistema de alarme começa a sua contagem regressiva.
       O horário final desse cronômetro é o horário de chegada do filho em casa. Esse horário tanto pode ser combinado quanto pode ser autoprogramado. De qualquer forma, 05 minutos antes do horário final ser alcançado, a luz do alarme se acende e a Mãe começa a ficar preocupada. Quando o horário final chega, o alarme dispara e desce, diante da Mãe, uma grande tela na qual são projetas as cenas holográficas de última geração com as imagens mais fortes e impressionantes que se possa imaginar: acidentes, sequestros, violências de todas as ordens, lesões gravíssimas...
       Atenção: Todas as Mães são programadas para assistirem a essas projeções o que, obviamente, as deixa muito ansiosas e angustiadas. O resultado desse sistema de projeção varia de Mãe para Mãe: algumas começam a ligar desesperadamente para o celular dos filhos, outras saem de casa perambulando em busca de seus amados filhotes, há aquelas que ficam na sala de casa contando os minutos... Mas todas elas, depois que o sistema de alarme interno é ativado, ficam em um estado emocional que beira o desespero.
       Formas de desativar o Sistema de Alarme Interno: Existem duas formas de desativar esse sistema de alarme interno:
       A melhor forma de desativação é chegar em casa no horário combinado. Se você quiser ganhar um upgrade, é conveniente voltar para casa nos cinco minutos ANTES de o alarme disparar.
       Caso você não possa – ou não queira – cumprir o horário combinado, é imprescindível que você ligue para casa e converse com sua Mãe nos cinco minutos ANTES de o alarme disparar. Nessa conversa, explique para ela os motivos pelos quais você irá se atrasar e tente combinar um novo horário de retorno para casa. O resultado imediato desse novo acordo é que o Sistema de Alarme Interno será reiniciado e o cronômetro a ele acoplado irá iniciar nova contagem regressiva.

4º. Scanner de Alta Definição
       Apesar de todo o avanço tecnológico da ciência, ainda não foi detectado que as Mães possuem, acoplado ao globo ocular, um scanner de alta definição que é utilizado todas as vezes que o filho volta para casa. Esse scanner é ativado assim que a porta de casa se abre e, em questões de segundos, verifica o estado geral do filho: mapeia fisicamente o filho desde sua cabeça até seus pés e busca encontrar qualquer indício de problema. Em seguida o scanner faz uma varredura emocional, buscando sinais que apontem alguma forma de padrão emocional disfuncional: tristeza, euforia, sinais de bebida ou de drogas, entre outros aspectos.
       Formas de desativar o Scanner: Ainda não foram encontradas formas de desativar esse scanner.



domingo, 13 de maio de 2012

Dia das Mães


Domingo é o dia das mães. De todas as mães. Mas, principalmente, das “mães más”.

Explico: as “mães más” são aquelas que encontraram o ponto de equilíbrio entre as “mães-amiguinhas” e as “mães cruéis”. As primeiras, pela tendência que possuem de querer ser ‘as grandes amigas’ dos filhos, deveriam aguardar para ser homenageadas no dia do amigo, em julho. Já as últimas, que fazem da maternidade uma forma de descarregar seus impulsos agressivos e sádicos, poderiam aproveitar para refletir sobre sua maneira de expressar amor. Afinal, todas as mães sabem que a maternidade envolve conjugar o verbo amar.

As “mães más” estão por toda a parte. Elas são más aos olhos dos filhos que, como espíritos livres, querem sair pelo mundo fazendo o que bem entendem desde a mais tenra idade. Filhos que nascem sem saber que o outro co-existe no mesmo espaço que ele e merece o mesmo respeito e atenção. “Mães más” colocam limites, fazem as regras serem respeitadas, fazem questão de relações justas em casa e fora dela, fazem da sua vida exemplo a ser seguido. Elas educam para a vida.

As “mães más” buscam, por meio da maternidade, contribuir para um mundo melhor onde palavras como respeito, honestidade, polidez, generosidade, são muito mais do que belas palavras de um dicionário. Elas ensinam seus filhos a colocar em prática esses valores, não para benefício só deles, mas para o bem de todos. Em poucas palavras, elas ensinam seus filhos a ser éticos: a saber que os outros existem não para satisfazer as nossas necessidades, mas para ser parceiros na jornada da vida. Essas mães tem a incrível capacidade de saber que o filho da outra mãe é, também ele, um filho – e o respeitam como um ser tão precioso quanto o filho que ela gerou.

As “mães- amiguinhas” tem olhos só para os seus. Enchem de amor e carinho a sua prole, cuidam com esmero dos seus pequenos e, ao menor sinal de desgosto dos filhos, movem mundos e fundos para satisfazê-los.  Não querem que seus filhos sofram e, com isso, criam pequenos tiranos. Consideram importante serem as melhores amigas dos seus filhos e acabam deixando de servir de referência moral e afetiva. Tornam-se ‘iguais’. Porém, não aprendemos com os iguais, aprendemos com quem sabe mais do que nós.

Já as “mães cruéis” estão distantes dos seus filhos. Uma distância emocional que faz com que elas abandonem aqueles que precisam dos seus cuidados, maltratem aqueles que precisam de sua proteção, desqualifiquem os que buscam sua orientação moral.

Ser mãe é um grande desafio: estamos sempre buscando encontrar o ponto de equilíbrio entre os extremos da “mãe-amiguinha” e da “mãe cruel”. As “mães más” sabem que esse equilíbrio é sutil, mas vale a pena. Vale a pena dizer ‘não’ para proteger um filho, vale a pena ensiná-lo a lidar com as frustrações, vale a pena servir de exemplo. Que nesse dia das mães possamos parabenizar essas mulheres que, no trabalho diário de conjugar o verbo amar, sabem que precisam ser más para ajudar seus filhos a serem cidadãos de bem.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AGORA, ENQUANTO É TEMPO...



            Tento escrever um texto. Meu filho de 1 ano e meio está ao lado da mesa, na ponta dos pés, buscando de todas as forma possíveis me ajudar a digitar algumas palavras. Puxo o teclado para mais longe dele. Isso parece funcionar. Ele vai brincar e eu volto ao meu texto – por pouco tempo.
            Ele vem com os seus livros de estórias e puxa a cadeira onde nos sentamos para ler. Vem para o meu lado e me puxa pela perna. “Eu não posso agora. Você sabe as estórias de cor e salteado. Pegue os livros e veja as figuras. Eu tenho que terminar este texto”. Ele sai meio decepcionado. Abre os livros e começa a apontar as figuras. Eu tento resgatar as idéias para o texto... Ah, não! Lá fora as vacas começam a mugir! E lá vem o pequeno, apontando a janela e gritando “buu, buu”. Tenta escalar as minhas pernas. Eu o coloco no colo e vamos ver os “buus” pastando. Acreditem: nós ficamos realmente vendo os “buus”. Eu, com o texto pela metade, não posso acreditar que estamos vendo “buus” fazerem nada. Meu filho percebe minha distração e, para me lembrar do óbvio, estica o bracinho e fala “buu, mamã, buu...”. “Sim, esses são os buus, mas eu tenho que terminar o meu texto”. Voltamos para a sala. Eu, para o texto; ele, para o chão.
            Ele sai da sala e volta com o tênis na mão. Era só o que faltava! Querer passear justo agora! E passear quer dizer que vamos andar um pouco, ele vai querer que eu pegue a folha em forma de estrela para ele andar com ela na mão. Vamos ter que parar a cada queda da folha para pegá-la novamente e prosseguir caminho. Até que ele se cansará de andar, vai querer colo e, no caminho de volta para casa, vai acabar dormindo. “Não, é muito longo esse passeio e eu tenho um importante texto para escrever”.
            Ele se senta no chão. Quando eu o vejo de novo, há duas lágrimas coladas no seu rosto. Nesse momento eu vejo as coisas como Deus as deve ver: em perspectiva. Vejo um menininho chorando porque eu não tenho tempo para ele. Imaginem alguém ser tão importante para outro ser humano!
            Antevejo o dia em que não representará tanta coisa para uma pessoinha o fato de eu estar sentada ao seu lado, lendo uma estória que pouco significa para qualquer um de nós, mas compreendendo, de alguma forma, que o fato de estarmos sentados um junto do outro é que representa tudo.
            Por um instante percebo que ele e eu temos bem poucos dias como este para compartilhar. O texto pode esperar! “Filho, vamos passear?” 
            Tenho que aproveitar agora mesmo – enquanto os “buus” ainda são maravilhosos, antes que as folhas deixem de ser troféus e sejam esquecidas no chão e enquanto o meu colo ainda é um lugar muito gostoso para se dormir.

Esse texto foi escrito em 1999. O tempo passou e eu posso afirmar que valeu a pena colocar em primeiro lugar as pessoas importantes na minha vida. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma boa dica para o início das aulas

As férias estão chegando ao fim e, a partir da semana que vem, nossos filhos retomam sua rotina escolar. E, para ajudar pais, alunos e professores, já estão disponíveis no you tube a tradução de algumas aulas da Khan Academy.

Essa é uma iniciativa de Salman Khan que, quando trabalhava no mercado financeiro, resolveu ajudar os primos em seus deveres de casa. Como moravam em diferentes estados, ele postava no you tube a explicação das matérias que os primos tinham dificuldade. Aos poucos as suas "aulas" foram sendo acessadas por outras pessoas que começaram a postar comentários elogiando a iniciativa. Em pouco tempo, eram os professores que postavam comentários dizendo que os seus vídeos estavam servindo de facilitadores do aprendizado em sala de aula.

Salman Khan saiu da empresa e resolveu se dedicar ao empreendimento de ajudar as crianças a aprenderem as lições de casa. Quando Bill Gates descobriu essa ideia, começou a ajudar seus filhos por meio dos vídeos e acabou investindo no que hoje é conhecido como Khan Academy.

No site oficial estão mais de 2700 aulas sobre todos os temas. As pessoas assistem aos vídeos explicativos e podem resolver problemas. O esquema funciona no estilo jogos online: você acumula pontos e passa de fase. Cada fase tem uma explicação e um desafio. Com isso a pessoa vai desenvolvendo habilidades para resolver problemas ou responder questões.

A Fundação Lemann, em parceria com a Intel, traduziram alguns desses vídeos que estão disponíveis no you tube. Vale a pena conferir - pais e filhos vão se divertir juntos e aprender muito. Bom divertimento!

Esse texto também foi publicado no site da CBN Vitória no dia 27/01/2012